quinta-feira, 16 de abril de 2009

Chegando a hora... Agora é a vez de Lontras!

Sempre que tem corrida em Lontras é a mesma coisa: fico agoniado pensando que na próxima irei correr.
Isso porque quando fiz minha estreia no Catarinense de Terra, em 1997, a última corrida que assisti como ‘espectador’ foi em Lontras, e a próxima, em Chapecó, lá estava eu com o macacão e o capacete embaixo do braço.
Não foi das melhores, porque o motor ‘abriu o bico’ e fiquei a pé, mas valeu...
Este ano novamente Lontras antecede a etapa de Chapecó, e minha cabecinha já ‘processou’ um milhão de coisas, e eu tenho a sensação de que a próxima etapa eu vou correr, e a vontade de acelerar em Chapecó é gigante.
É meio estranho, mas eu sinto isso, e essa sensação faz a adrenalina dobrar.
Ingo Hoffmann, Chico Serra, Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Ayrton Senna e tantos outros pilotos (inclusive do Catarinense) já ‘confessaram’ que a perna sempre dá uma tremida na hora da largada e é impossível manter os batimentos cardíacos ‘normais’, e eu, só de lembrar, sinto que minhas pernas tremem e o coração dispara, querendo sair pela boca...
Apesar de querer (e muito, só eu sei o quanto), não sei se um dia volto a correr, por milhões de motivos, mas a sensação que sentia quando corria é uma coisa que não tem preço (e isso não é comercial de cartão de crédito...) e que todo ser humano deveria sentir um dia, pelo menos um dia na sua vida.
É a sensação de estar perto do céu, de poder controlar o incontrolável, dominar uma ‘cavalaria’ respeitável. É sentir o coração bater dentro da boca a cada curva, a cada troca de marcha ou ‘grito’ dos pneus.
É ter certeza absoluta de que existem “duas pistas”: a que nós queremos e imaginamos fazer e aquela que o carro faz por conta, sem obedecer nossos comandos, ‘bailando livre, leve e solto’ pela pista, como se estivesse sozinho.
Não há nada que dê para comparar a sensação de ‘encher a quarta’ e entrar ‘pendurado’ numa curva, é algo sublime e que “pessoas normais” nunca conseguirão entender, só nós, loucos, doentes e ‘tarados’ por velocidade...
Então vamos a Lontras neste final de semana, uma pista que separa “os homens das crianças” em função de seu traçado extremamente técnico e com curvas traiçoeiras, desde já esperando por uma prova belíssima, cheia de disputas, pegas emocionantes e com a presença fantástica das 4 Carreteras do Museu do Automobilismo Brasileiro, que irão abrilhantar ainda mais esta etapa.

Vista aérea do Autódromo de Lontras...

... que sempre recebe um público formidável...

... e o cartaz das Carreteras, promovendo a chegada delas para nossa imensa alegria!

E só pra finalizar sobre Chapecó: conheço cada centímetro e cada buraco daquela pista, afinal de contas não foram poucas as vezes que passei várias horas na pista, inclusive e principalmente quando não tinha corrida, aí o Autódromo “era só meu”, isso na época que eu morava lá.
Pois é, sonhar não custa nada, pelo menos por enquanto. Quem sabe a sorte sorri pra mim e eu tiro a ferrugem (que me estressa tanto!) dos braços em breve.

Fotos: Automóvel Clube de Lontras e Museu do Automobilismo Brasileiro

7 comentários:

Luís Carlos disse...

Grande, Francis!
Belíssimas palavras! Chega a me dar arrepios quando vc fala nas sensações que sentia quando corria.
Às vezes me pego "sonhando acordado", tentando sentir como seria se eu estivesse no momento de uma largada, na hora de fazer as curvas, trocando as marchas ou quando o carro "escorrega" na farofa.
Deve ser uma sensação inexplicável.
Assim como vc conhece a pista de Chapecó, eu conheço "cada buraco" da pista de São Bento - onde também depois de uma prova (ou até mesmo num final de semana qualquer) tinha a pista somente pra mim.
É emocionante lembrar e sentir essas coisas!
Um abraço, amigão!

Fernando Assis disse...

Bom dia Sr...
Acordou inspirado hoje???
Somos em 2 que têmos vontade de acelerar novamente...
E não vai demorar...

Francis Henrique Trennepohl disse...

Valeu Luís, obrigado!
Estamos na torcida pra ver o "39" estreando na pista em breve.
Ser "dono" do Autódromo num dia que não tem nada lá é bom demais!!!

Inspiradíssimo, Fernando! hehehe
Se Deus quiser um dia nós todos aceleramos novamente.
Abrção

Juninho N11 disse...

Por isso que venho aki no blog todas as manhas.

São pelas palavras escritas e pelo sentimento narrado, que alimentão este maravilhoso (porem Carissimo) Vicio que er ser piloto de velocidade na terra

Abraço e ate lontras

Juninho N11

Angelo Gomes disse...

Eu acho que sou o único piloto ao contrário. Fico nervoso fora do carro, antes do treino e ou da corrida. Mas qdo sento lá dentro e aperto o cinto, tudo fica calmo. É gostosa a sensação de estar ali, só vc e o teu carro, aquele que vai te levar para 15, 30 minutos de sensações que muitos queriam sentir, mas poucos acabam sentindo.

Também estou na gorda lista de pilotos afastados da pista, meu fusca descansa na minha garagem, mas a qquer hora ele vai estar roncando em alguma pista, manquinho, mas valente.

ingo disse...

Invejo todos vocês que já experimentaram a realidade de pilotar....

Francis Henrique Trennepohl disse...

Falou bem, Juninho: "maravilhoso, porém caríssimo". Infelizmente é isso mesmo.
E é por isso que há tanto tempo venho 'brigando' com o pessoal para que seja criada uma categoria de acesso no Catarinense, que realmente seja barata.
A "porta de entrada" (Marcas N) custa praticamente a mesma coisa que a Marcas A.

Angelo: quando eu estou (ou melhor, estava) dentro do carro conseguia me acalmar bastante, mas a "TPC" (Tensão Pré Corrida) é que é f#*$@ mesmo...

Ingo, quem sabe uma hora dessas você 'coloca a bunda' dentro de um carro e acelera. Torcida vai ter... hehehe
Abraços